quarta-feira, 21 de abril de 2010

Reticências...

"As histórias acontecem no seu ritmo. Têm o seu enredo: começo, meio e fim. Fim? Às vezes, o ponto final, não acontece. É como se o autor deixasse um gancho para uma continuação. Uma releitura, remake, redefinição. Seja lá que termo for usado. Parece que tudo que foi sentido, nessas histórias, que em vez de terem um ponto final, têm reticências, que tudo é de papel. Podem desmanchar-se.
Mas, penso, que mesmo que se desmanchem as páginas, o que ali fora escrito, ficará guardado na memória não só de quem escreveu, mas também de quem tenha lido. Pois de alguma forma, aquelas linhas, influenciaram seu caminho (de quem lera). Ficaram grudadas como uma marca de nascença. Brega? Mas qual sentimento não o é? Risos.
Saudades! Do cheiro. Do gosto. Da pele. Do abraço apertado. Do beijo na nuca. Dos sorrisos frouxos. Do cafuné. Do colo. Do olhar de medo. “De perto toda coisa linda mostra algum defeito e eu me sinto igual".
Apenas, num canto, com um sorriso amarelo, esperando... “Tentei falar, mas não soube me ouvir...” Tava tão longe, distante e ao mesmo tempo tão próximo, misturado.
Acho que é assim mesmo, quando a história começa a ficar boa, a nos envolver, o autor acaba. Finito! Deixa as reticências para que possamos depois, lermos a continuação e quando já nem lembrávamos mais da história, lá vem ele, com a continuação. E lá vamos nós de novo, nas releituras.
Como um pássaro, volto a imensidão do céu, duzentos por hora ou algo mais, na velocidade de merecer, de encontrar. Voar sem ter aonde chegar.E antes dessas linhas se desmancharem voarei, fugirei da chuva, para que também minhas lembranças não se desmanchem.
“São só versos simples, mas que fiz de coração...”

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