quinta-feira, 31 de dezembro de 2009 1 comentários

A Passagem de Ano

Passagem do ano


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.




ANDRADE, Carlos Drummond de. "A rosa do povo". In: Poesia completa.. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009 0 comentários

Em algum Natal, numa terra muito distante daqui... (2)

Bons momentos sempre são bem-vindos na memória. Nessa reunião, no condado, oferecida pelo lord, estavam ilustres convidados. Eis a lista dos presentes (tomara que não esteja esquecendo alguém):
- o próprio Lord (na foto)
- Leandro, o pervertido (idem)
- Simon,  (idem)
- Gilfran (idem)
- Taty, a menina do balão
- Júnior Vaca
- Gérlon
- Beto
- Silvia
- Cristina
- Ricardo, eposo da Cristina
- Renan
- Ana Carla e seu noivo na ocasião
- Glaucinha e sua filha
- Angélica

Lista nobre...
Tempos bons...
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Em algum Natal, numa terra muito distante daqui...


"Certa vez, num tempo bastante remoto, um lord nordestino resolveu reunir os amigos durante as festividades natalinas no condado do Conjunto Ceará...
O lord logo obteve a boa vontade de todos em participar das festividades. Na data marcada, todos compareceram muito bem trajados e distintos, e claro, cada um levou uma grande quantidade de líquidos etílicos, tanto para consumo próprio como para compartilhar entre os presentes.
As pessoas estavam muito felizes com a reunião, então ocorreu o esperado: o lord e seus convidados se entregaram a fartas libações alcóolicas, alguns até a manhã seguinte.
Por fim, alguns também se entregaram aos prazeres da carne, e outros ainda tentaram, em vão, se desvencilhar da situação de luxúria e embriaguez que ali se instalou.
Ao final de tudo, o lord estava completado esgotado, mas muito contente. Os últimos convidados despediram-se, prometendo que haveria uma próxima reunião entre os presentes, o que infelizmente não aconteceu. Os anos se passaram, cada um dos convidados e o próprio lord seguiram por caminhos distintos. Mas na mente de todos ficou a lembrança de tão agradável festa e, para refrescar a memória, ficaram também algumas fotos, tipo essa que ilustra nossa história. Fim (?)".


Por  Taty - a menina do balão.

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2009: A FARSA



“O ano termina e nasce outra vez...”
Há um ano escrevi o seguinte fragmento:
“O bem da verdade é que várias coisas podem mudar o rumo das linhas que outrora seriam escritas. Bem como na vida, que também pode ter seus rumos mudados. Fala-se aos quilos que muita coisa passou neste ano que acaba. Que muita coisa mudou, outras nem tanto e outras tantas mudarão... O que falo e vejo é que tudo se transformou. Sim, porque nossa vida é uma transformação, uma evolução. Sempre dizemos que esse ano foi melhor do que o passado e consequentemente o que virá será melhor do que está indo. Mas na verdade é uma continuação do que passou ou passamos. Tudo depende das sementes que plantaste durante a caminhada. Mas, indo ao ponto, quero dizer que esse ano foi de muitas descobertas, aprendizados e outras cositas mais. 2008 começou com uma mera promessa cotidiana de que tudo seria diferente. Na verdade o foi. Nem tanto. Mas foi! ... E que venha 2009”.
Refazendo minha trajetória por esse 2009, ano que termina, percebo que o que escrevi há exato um ano, é totalmente diferente. Sim, diferente. Ao contrário do ano que terminou no caso, 2008, que fiz muitas conquistas e coisas do tipo. 2009 não passou de uma mera promessa. Não consegui fazer o que queria. Não viajei pra onde pensava. Não atingi meus objetivos. Não conquistei nada. Não construí nada. O ano do quase:
- quase fui promovido.
- quase me apaixonei.
- quase sai de casa.
- quase viajei.
- quase atingi meu objetivo.
Enfim, um ano em que fui aquilo que não fui. Na verdade, fui uma farsa. Uma farsa!
Isso, 2009 fora uma farsa.
Tenho dito.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009 0 comentários

Voltando a tranquilidade

Acho que nossas preces são sempre atendidas. Mas não da forma que imaginamos, daquela imagem hollywoodiana, de um anjo cheio de luz e brilho cegantes, que anunciam a boa nova. Não! Definitivamente, não! É bem mais sutil. Pode ser na forma de uma brisa leve. De uma leve chuvinha caindo no rosto. Através de um sorriso gratuito. De um abraço. Enfim, Deus tem várias formas de dizer: "Taí, agora vê se não erra de novo, tá ligado?" As festas de Fim de ano, nos deixam mais vulneráveis, melancólicos, tristes, entristecidos, carentes, ufa! E comigo não seria diferente. Bom, mas coisas boas vêm , mesmo sem pedirmos. Nesses dias que antecederam ao Natal, tive dias de cão. Todas as moléstias sentimentalóides típicas desse período me afetaram. Mas na noite de Natal, passar como minha familia e depois da ceia, com meus amigos, foi uma coisa muito bacana. Muito boa.
Me diverti bastante. Sorri. Gargalhei. Dancei. E até me esqueci da melancolia tipica. Mas o mais legal, foi que os sinais, aqueles do começo, de quando as preces são atendidas, se materializaram. Sim, e entre um copo de vodca e outro de água, eu percebi. Um olhar amigo, um sorriso largo convidativo. Um abraço forte. Uma boa companhia. E os sinais de tranquilidade se estenderam e se estendem até agora. Definivamente, estou de volta a tranquilidade.
Tenho dito.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009 0 comentários

"Comeu-lhe o cu" ou "Querem cortar o meu pinto!!"

Hoje fui assistir ao badalado e (bem/mal) falado filme Do começo ao fim, que narra a relação amorosa e incestuosa e (para alguns)"Fetichiosa" entre dois irmãos. Enfim, entre beijos e olhares melosos e desejosos, um dos irmãos cita Hilda Hilst. Uma poetisa-escritora, digamos, do escárnio. Eis um trecho da dita:

"O que eu podia fazer com as mulheres além de foder? Quando eram cultas, simplesmente me enojavam. Não sei se alguns de vocês já foderam com mulher culta ou coisa que o valha. Olhares misteriosos, pequenas citações a cada instante, afagos desprezíveis de mãozinhas sabidas, intempestivos discursos sobre a transitoriedade dos prazeres, mas como adoram o dinheiro as cadelonas! Uma delas, trintona, Flora, advogada que tinha um rabo brancão e a pele lisa igual à baga de jaca, citava Lucrécio enquanto me afagava os culhões e encostava nas bochechas translúcidas a minha caceta: ó Crasso (até aí o texto é dela) e depois Lucrécio: "o homem que vê claro lança de si os negócios e procura antes de tudo compreender a natureza das coisas". A natureza da própria pomba ela compreendia muito bem [...] Enchi-me de coragem e estraçalhei-lhe o rabo com inglesas ou americanas (who knows?) e babados e o chapéu, não naturalmente sem antes lhe tapar a boca, porque tinha certeza que ela ia zurrar como um asno. Zurrou abafada, mas eu podia discernir algumas palavras. Ela zurrava: ó (leia-se aou, aou, aou, entonação inglesa) Aou Ezra, aou my beloved Ezra! Nunca entendi por que Josete quando citava Pound colocava a entonação inglesa. Também nunca perguntei. Certamente o nojento era o Shakespeare dela".

Aí, dando uma lida em seus textos, me veio a memória um, que escrevi ainda na faculdade. Entre médias aritméticas e desvios padrões da aula de estatística, sentado atrás de uma colega de sala, que não cito o nome, mas que tinha ancas largas e coxas grossa e brancas, escrevi o tal texto. Aqui posto ele:

"E querem cortar o meu pinto! Essa foi a notícia que me deram.
A recebi por telefone, em forma de ameaça. Anônima. Oculta. Obscura. Misteriosa.
Rápida. Curta e grossa!
Querem cortar o meu pinto!
Só porque eu te peguei. Sozinha, linda, solitária, atraente. Tesuda!
- Porque não agüentaste? - me perguntavam.
- Como me segurar diante de tão bela criatura?
Bela. Ninfa. Afrodite, deusa, Vênus. Menina, mulher.
E querem cortar o meu pinto!
Te peguei no canto da rua detrás da padaria do Seu Alceo.
Não pude resistir!
Tuas carnes, tuas coxas grossas! Lisas. Brancas.
Tua bunda redonda naquele balançar inebriante. Hipnotizante. Lindo!
Teus peitos duros, grandes, médios, gostosos, saborosos.
Duros! Pêssegos, tesudos.
Tua boceta implorando para o meu falo adentrá-la.
Esfolá-la. Fazê-la gozar. Urrar de orgasmo.
De êxtase total!
E querem cortar o meu pinto!?
Porque foste minha!
Puta. Quenga. Rapariga. Mulher de mil nomes.
Profana, Messalina. Prostituta, mulher da vida! Rameira.
Mulher, menina, vadia, esposa. Minha!
E querem cortar o meu pinto!
Tudo isso por uma única causa: fui eu quem quebrou o tão desejado cabaço.
Eu, um simples mortal, de pés descalços e sem uma banda!
Eu, um mendigo de rua.
E querem cortar o meu pinto!"
(Escrito em 16/08/2000 – numa aula de estatística)
terça-feira, 22 de dezembro de 2009 0 comentários

EU SOU UM BOBO!!!

Essa semana por algum motivo, por três vezes em situações diferentes fui chamado de bobo. Sim, bobo! Por que eu era bobo, por acreditar nisso ou naquilo, por pensar assim e assado!? Enfim, quase fui excluído. Eu, bobo! Aí, comecei a refletir, a pensar demasiadamente na questão, até me deparar com a definição de bobo que a maginífica Clarice (Lispector) tinha a respeito. Eis:

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir, tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde:
- Estou fazendo, estou pensando!
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão... Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona... Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e, portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase:
- Até tu, Brutus?
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás, não se importam que saibam que eles sabem. Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca.
É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo.
domingo, 13 de dezembro de 2009 0 comentários

Sintomas do Finde! (2)

"Todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite..." Bom, sossego não foi bem o que tive. Fazia tempo que não via meuus amigos, e estes, atuciosos, soltaram a semente da discórida. Hehehe. Na verdade, usaram o recurso do "mea culpa". E resolvi aceita o convite e sair pela noite Alencarina e testemunhar as peripércias que as pessoas fazem numa noite de sábado. Mas nada demais, só balançar um pouco o esqueleto, bebericar um pouco  de cerveja (sic), água, claro, pois segundo minha personal, eu nunca abandonarei o vício de bebida gelada, no caso a cerva, e, pra eu não criar, ou melhor aumentar a pança, alternar os copos de bebida cevada com água. Ave, que frase grande!!! Enfim, rir dos outros e da gente mesmo. Até mesmo porque depois das duas da manhã e de alguns copos, até nós rimos de nossas besteiras. Hehe. Foi bom. Foi bom sim.
sábado, 12 de dezembro de 2009 0 comentários

Sintomas do Finde!

Hoje acordei, meio "sei lá sabe?" Bom, nao sabe? Nem eu! Na verdade acordei meio chato, um pouco impaciente, melancólico, calado. Vontade de ficar no quarto sem sair ou vontade de bater perna por aí, até elas ficarem tão pesadas que você nem consegue mais dar um passo. Pensei no mar. Depois da pernas, quase chumbo, entrar no mar e sentir o calor das águas salgadas até ser derrubado por uma onda turbulenta e mau humorada. Risos. Uma raiva, uma vontade de gritar! Pera. Pronto. Gritei. Hoje será um bom dia, um dia de paz e produtivo. Ansiedade pelo não saber o quê. Acho que é isso. Ansiedade. Como diz aquela música: "Todo mundo espera alguma coisa num sábado a noite." Bom, eu só espero sossego. Hehehe.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009 2 comentários

Voltando a escrever ou Sintomas de final de ano ou Enfim

Fazia tempo que não entrava aqui para registrar qualquer forma de pensamento, idéia ou seja lá o que for. Cansado? Ocupado? Sem motivação? Acho que preguiça mesmo, ou inspiração, ou pelo menos a falta dela. Mas sei lá, hoje vendo o filme Sete Vidas, fiquei um pouco melancólico. Mas não triste. Isso não! Me fez pensar na culpa que carregamos. Na culpa que pensamos ter. Ou termos. Mas também acredito que tudo seja, nada mais que um reflexo do subjetivo. Tá chegando o final do ano - e com uma rapidez- e, nós seres humanos, ficamos mais, digamos, vulneráveis. "Então é Natal... o que você fez... o ano termina..." ou "Bom Natal... um feliz Natal...", canções como estas nos fazem pensar no que fizemos durante esse ano que finda há pouco mais de um mês. Ou no que deixamos de fazer, por medo ou sei lá, preguiça, comodismo, enfim...
Volto a ter inspirações, sem esmorecer...
Enfim...
segunda-feira, 27 de julho de 2009 3 comentários

Regressar é reunir dois laços



Assim como começa a canção, começo meu relato. Dezesseis anos! Esse foi tempo que levei pra reunir os dois lados: o do adulto workaholic, sem tempo com o da infância há muito passada e sempre presente. Um turbilhão de lembranças boas invadiu meus pensamentos. Muita coisa vivida. E assim como era esperado: tudo mudado. Tudo. Ou quase tudo. Pessoas que não me reconheceram pessoas que jamais esqueceram. Sorrisos, lágrimas, mas de alegria. Perguntas sobre o como estava e o que fazia. Elogios quanto a minha beleza, hehehe! Tudo muito novo. Mas, o mais estranho e legal é que ao mesmo tempo em que tudo era tão “novo” pra mim, tudo parecia comum. Como se nunca tivesse deixado de estar lá. Muito bom. Minhas férias terminaram com promessas de novos começos.


segunda-feira, 20 de julho de 2009 2 comentários

Dia do Amigo!

Hoje é dia do amigo. Um dia em que as pessoas saem distribuindo mensagens umas às outras. Felicitando-as pelo dia. Acredito que as regozijações e homenagens aos nossos amigos, digo amigos de verdade, têm que ser constantes. Diárias, naturais. Sem as obrigações das datas. Mas me surpreendo sempre. E de uma maneira boa, claro. Mandei sim, minhas mensagens àquelas pessoas as quais realmente tenho um afeto. Aos que considero meus companheiros de luta, de estrada. Suporte para as feridas da vida, das quedas, dos choros de tristezas e decepções. Cúmplices para as lágrimas de alegria. Para o amor. Para os sucessos. Para as risadas que não são poucas. Anjos que nos apontam a saída quando tudo tá escuro. Que nos levantam e enxungam nosso rosto quando caímos. Que nos puxa as orelhas quando estamos errados. Que morremos de raiva, mas que não conseguimos ficar longe. Pessoas que temo um amor tão forte e gratuito que somos capazes de derrubar um elefante por elas. Que sabemos o que sentem só pelo o olhar. Amigo que simplesmente nos olha e diz: não se preocupe! Eu estou aqui. Me emociono com meus amigos. Irmãos que eu escolhi para estarem do meu lado. Obrigado Senhor Deus pelos anjos e irmãos que me deste. Parafraseando o poeta: "Eu poderia suportar embora não sem dor, que morressem todos os meus amores. Mas morreria se perdesse todos os meus amigos."
Deixo abaixo uma homenagem a esses seres. Um texto de Vinícios de Morais.
AMO TODOS VOCÊS A QUEM DEDICO MINHA AMIZADE!

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"

quinta-feira, 16 de julho de 2009 0 comentários

Quem já não o fez?

Um texto muito legal da Clarice Lispector. Acho que todo mundo já fez pelo menos uma dessas situações. Li e por alguma razão me identifiquei. Resolvi colocar aqui.

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros. Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros. Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava. Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais. Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria. Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava. Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda. Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!"
Clarice Lispector
sexta-feira, 10 de julho de 2009 1 comentários

Mais uma vez assim.

Falando Serio

Roberto Carlos

Composição: Mauricio Duboc - Carlos Colla

Falando sério
É bem melhor você parar com essas coisas
De olhar p'ra mim com olhos de promessas
Depois sorrir como quem nada quer

Você não sabe
Mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez
E tenho medo de fazer planos
De tentar e sofrer outra vez

Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais uma em sua cama
Por uma noite apenas e nada mais

Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira p'ra me arrepender
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Reencontros (Ô saudade véia boa)

Sabe o que é bom dos reencontros? É a alegria das novidades. Sim. Das novidades. Nesses dias os reencontros aconteceram de forma peculiar. Apesar da situação triste, os reencontros foram alegres. Tenho certeeeeza que de lá de cima, Clau estava super feliz pelo reencontro, pela reaproximação. Há mais ou menos cinco anos não via algumas pessoinhas bem especiais pra mim. Dizem que as coisas mudam, não é? Concordo. Mas fiquei imensamente feliz em saber que certas coisas nunca mudam. Ver minha amigas da faculdade foi de uma alegria tão grande. Ver que aquela intimidade não desapareceu. Foi como se tivéssemos acabado de sair da aula. Me deixou muito satisfeito. A vida é oito, como diz uma grande amiga. E acredito nisso. É nos reencontros que nos encontramos. Matamos a saudade do que foi bom. Afinal, só sentimos saudades do que foi bom. Dói. Mas a dor é de alegria, felicidade. Foram os tempos mais legais que tive. Que os laços nunca se dissipem.
SENTADAS: Gracilene, Cláudia Barbie, Claudina (in memorian), Lidiane, Sheila e Siglinda.
EM PÉ: Dirce, Elisângela, Aislany, Paulo Kian, Daynnilene DuRock, Eu, Paula, Flávia e Janaína.
terça-feira, 7 de julho de 2009 2 comentários

Voa por entre essas nuvens macias...

Uma vez vi num filme que os amigos que lhe acompanharão sua vida inteira você adquire na faculdade. Isso em parte, aliás, em uma boa parte é verdade. Se não se tornam os amigos pra vida inteira, com certeza, serão guardados e lembrados num cantinho bem especial no nosso coração. Esses dias, vinha a me perguntar por onde andava meus queridos, aliás, minhas queridas colegas de faculdade. Graças ao Orkut, conseguimos ter notícias de pessoas que há muito não vemos. E hoje diante de tantas novidades, soube de uma que me deixou bastante triste: uma de nossas teve sua luz apagada aqui na terra. E comecei a me lembrar do seu jeito. Do modo como tratava e se referia as pessoas. Da maneira pueril de olhar e sorrir. Os olhos azuis de tão acesos, pareciam duas pedras que de tão preciosas, quase saltavam. Mas, eles não brilhavam. E eu nunca entendia direito. Sempre a olhava, achando que devia ter algo a esconder ou coisa do tipo. Enfim. Meu coração está triste hoje! Mas também devo alegrar-me. Sua missão fora cumprida. Agora, sim, ela pode voar e deslizar no ar dos céus como um anjo, um pássaro. Uma borboleta. Voa por entre essas nuvens macias.

Em sua homenagem querida amiguinha, deixo minha singela lembrança






 
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